sábado, 10 de setembro de 2011

Capítulo 11

- Filho, você quer saber o que acontece comigo nisso? - pergunta Daniel.
- Claro pai, quero saber de tudo, absurlutamente tudo o que aconteceu, eu estou escrevendo no meu caderno aqui. - ele segurava a caneta como Daniel segurava em sua infância. - O que aconteceu mais, pai?
- É - lembrando-se do passado dele, colocando a mão no queixo -, parece que foi ontem, eu fui para a escola no dia seguinte, mas Mariana não foi no dia seguinte, ela faltou, eu não sabia porque ela tinha faltado.
Daniel olhava para o teto, tentando recordar ás cenas na epoca.
Artur começou a olhar para o teto, imitando o pai.
- O que aconteceu mais, pai?
- O namorado dela veio me procurar na hora do recreio, pedir informações da namorada dele. Eu o expliquei que não sabia do paradeiro dela. E ele acreditou? Logico que nao. Ele disse que ia me pegar na hora da saida, eu senti muito medo daquela ameaça dele, eu tinha apenas dez anos de idade, era normal. E no dia seguinte, ela apareceu, ela era tão linda. - Daniel estava viajando pelo passado dele, e ainda olhava para o teto, Artur, nao; escrevendo o que seu pai estava dizendo.
Leticia não estava ai, acompanhando a contagem da historia de Daniel, pois ela já sabia. Ela vinha chegando com uma bandeja: três copos de suco de laranja, sanduiches bem caprichados. Ela colocou emcima do criador mudo, e comeram, felizes da vida; tudo era felicidade, menos o passado do Daniel.
Quando eles terminaram, Artur lembrou-se de uma coisa, disse:
- Pai, o senhor disse que ela ia leva-lo para o mal caminho, até agora, você não disse isso, que não me engano.
- Você já quer saber como ela me colocou em mal caminho.
- Sim, pai, só se o senhor quiser.
- Se você pediu, eu vou contar, se nao me falha a memoria, aconteceu exatamente assim...


Era recreio na minha escola. As crianças brincavam no parque da escola, alias, em frente à ela. Eu estava sentado num banco - tinha para as crianças sentassem, bater um papo, apesar de serem crianças como eu -, perto da minha sala. Ninguém da minha sala por perto, portanto, eu fiquei triste. Não tinha ninguém perto de mim, estava sozinho. O vento soava lento. Eu via algumas folhas caírem no chão.
De repente, eu via Amarda vindo ao meu encontro. Ela sempre me encantava com seu jeito de andar, seu corpo, tudo era perfeito. Ela usava uma calça de cetim, juntamente com um sapato ridículo - isso na minha opinião - com uma blusa branca, que no caso, era da escola. Eu também estava usando aquela blusa branca. Ela não vinha sozinha. O namorado dela estava atrás dela.
- Oi Daniel, tudo bem com você? - ela dizia aquilo com uma voz doce.
- Oi Amanda, eu estou bem, e você? - eu perguntava à ela.
- Estou bem também. - ela sorria para mim. - Tá fazendo o que ai?
- Nada não. - eu retribui o sorriso à ela.
- Então, vamos para o refeitório.
Eu olhei para ela.
E deduzi, não estava fazendo nada mesmo, então, fui com ela e seu namorado.
Chegando no refeitório, eu avistei aquela morena chegada na mesma mesa de sempre, que ficava ao lado oposto da entrada do refeitório. A morena esta deslumbrante; os cabelos soltos, uma face linda.
Quando ela me viu, disse:
- Daniel, senta aqui do meu lado. - ela tocava o banco com a mão. Um sinal para eu sentar do lado dela.
Fui sentar perto dela - dei a volta na mesa, e sentei perto dela. Ela me abraçou, e comentou: - Gente, vamos para o parque hoje? Eu não sabia o que era esse parque, e nem onde ficava. A ideia foi tentadora. Mariana hesitou-se em ouvir aquilo. Eu senti ela vibrando com aquela pergunta. O restante da turma também ficaram felizes.
- Então, vamos, ou não vamos? - Eu vou. - disse Mariana.
Junto dela, o namorado confirmou a ida dele com ela.
- É parque de diversões? - eu perguntei.
- É um parque que tem aqui perto. Vamos com nós, Daniel?
- E a aula? vamos perder aula para ir nesse parque?
- Depois nós pegamos a materia. Vamos, Daniel. - dizia a morena, com uma voz inrrecusável.
- Eu não vou.
Mas meu coração estava dizendo para ir.
- O que? tu não vai? - a morena ficou com duvida no rosto.
- Eu não quero perder aula, senão, minha mãe vai me dar uma bronca. Tenho que estudar. Não quero perder aula.
Meu coração dizia para eu ir. Meu cerebro não deixava.
- Deixa de ser bobo, Daniel, vamos, vai ser divertido.
- Não vou.
Minha resposta ficou na cara de que eu queria ir a esse parque.
- Está bem. - Mariana sorriu para mim. Um sorriso falso. - Mas, saiba que você vai perder a melhor manhã de sua vida.
Eu estava quase cedendo a eles. Foi onde eu fiz a pior besteira da minha vida.
- Tá bom, eu vou. - eu já não sabia o que dizia aquele ponto.
- Muito bom, Daniel, boa escolha. Você não vai se arrepender.


Vinte minuntos depois, eu estava no parque. Eles estavam com razão, o parque era muito lindo. Maravilhoso. Incrivelmente fantastico. Parecia que eu estava no céu. Tinha tudo que um parque precisa. Eu disse a eles, quando chegamos.
- Nossa, que parque mais lindo!
- Tá vendo, Daniel, ia perder isso, para assistir aula?
- Nunca. Eu amei esse parque. - eu era ingênuo naquela epoca. Tudo me elodia.
No parque, havia pessoas fazendo exercícios. Outras fazendo ioga. E outras correndo. Todas tinha uma coisa em comum; riam de nós, das nossas brincadeiras. Nós estavamos no centro do parque.
O parque tinha mais ou menos uns 20 metros de comprimento, por 10 de largura. Não lembro muito bem disso. Haviam arvores em cada canto do parque - para aquelas pessoas que gostassem de conversar tranquilamente.
Teve um momento que eu não nunca vou esquecer daquele dia no parque. Foi quando Carla me empurra, e eu caia de joelhos no chão. Depois, ela pediu desculpas. Eu considerei e perdoei.
Mas, o pior de tudo isso nao foi isso. Dentre essas pessoas que passeava no parque, tinha uma que conhecia minha familia - meu pai, e minha mãe. Isso era meu fim.
Quando nós terminamos de brincar, ficamos exaustos. Todos nós.
Voltamos para a escola, sentados no patio.
Todos da turma foram para casa, só ficou Amanda e eu.
Ela pegou minha mão.
Eu estava quase chorando.
Ela disse:
- O que você vai dizer à sua mãe, Daniel?
- Não sei - eu começar a chorar.
- Não fica assim, Daniel, fica tranquilo. Diga sua mãe que você se sujou na escola. Brincando no patio.
Eu começava a soluçar. Olhei para ele e respondi:
- É mesmo, isso é uma boa ideia. - virei meu rosto para o outro lado, o esquerdo. Eu estava olhando os carros passando, pessoas caminhando na calçada. - Não era para eu ir nesse parque com vocês. - eu limpava as lagrimas.
- Já é tarde demais, você foi e pronto.
- E tudo por culpa minha. Minha mãe vai me matar.
Eu começava a chorar novamente.
- Eu sei que você vai superar isso, Daniel. - ela apertava minha mão, com delicadeza.
- Eu agredeço, Amanda. - eu retribuia o sorriso.
O vento aumentava de velocidade. Uma cena incrível. Os pássaros voando no céu. As folhas soltando das arvores. Tudo perfeito.
Ela me olhava de um jeito encantado, E vise-versa.
Minha mãe quebrou o clima, gritando.
- Filho, vamos!
- Minha mãe, tenho que ir, tchau Amanda. - eu sorria para ela.
- Tchau, Daniel, e lembra daquilo, tá?
Era referente ao que eu ia falar para minha mãe.
Me levantei, e ela me deu um beijo na bochecha.
Claro que retribui.
- Tá bem, tchau, ate amanha.
- Até Daniel, se cuida.
- Você também.
Eu saia correndo rumo à minha mãe, chegei perto dela, logo ela reparou.
- Que sujeira é essa filho?
- Mãe, sabe o que é, eu estava brincando no patio da escola, e uma garota me empurrou, caí de joelhos no chão. Sujou pouco, pelo menos isso. - eu sorria para minha mãe.
- Meu filho - disse com aquele tom de voz, que eu ja conhecia, queria brigar comigo -, eu ja te avisei para não brincar no patio, filho, e olha o que se deu, você brincando. Da proxima mocinho, você vai ficar de castigo, está entendendo, Daniel?
- Estou mãe, sou criança ainda, meu costume é de brincar. - eu tentava ri da situação.
- Então, entra no carro logo, seu porquinho. - minha mãe ria.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Capítulo 10

Minha mãe estacionava o carro na garagem, que ficava do lado direito da nossa casa.
A garagem tinha uma capacidade para dois carros, e uma moto.
Eu saia do carro, minha mãe também saia do mesmo.
Entre a garagem e a porta da sala de visitas, a pessoa tinha que sair da garagem para chegar na porta principal - para ir para a sala de visitas - e foi isso que fizemos, eu fui primeiro, pois minha mãe ia fechar a garagem.
Abri a porta, meu pai estava deitado no sofá - com a roupa do trabalho, meias nos pés, e gavata, ainda -, as mãos por sob os olhos, e as pernas estavam apoiadas no apoio do sofá; a esquerda por cima da direita.
Quando entrei junto com minha mãe, ela gritou, assustou-o.
- Pedro, acorda!
- O que? - acordou num susto, parecia que tinha ouvido uma explosão. - O que aconteceu? - ele procurava na casa toda, alguém... imaginário.
- Nada, só você dormindo no sofá. - minha mãe cruzava os braços para ele.
- Ah! - com rumor na voz. - Deixa eu dormir em paz, mulher.
Minha mãe vira-se para mim, com aquele olhar "filho, você tem que sair daqui, porque vai rolar briga."
- Filho, vá pro quarto, eu tenho que conversar com seu pai, está bem?
- Tá bem, mãe.
Subi para meu quarto, eu já sabia o que ia acontecer naquele exato momento - uma briga entre minha mãe, e meu pai. Eu tinha certeza disso.
Antes de subir para o quarto, eu tinha notado que meu pai estava com a fisionomia estranha, cansada. Quando chegei no quarto, abri a porta, entrei, retirei minha mochila; estava tão pesada que não consegui tira-la para colocar no lugar onde eu sempre coloquei, logo, fui jogando ela por cima da cama. Enfim, sentei na cama para retirar o ridiculo sapato preto - naquela época, eu odiava preto, principalmente aquele sapato. Tirei a calça, e vesti um short amarelo, por um lado, eu gostava daquele short, mas, odiava o camisa na qual minha mãe comprara pra mim usar.
Deitei na cama, para ler o meu livro, eu lia gagejando, soletrando as palavras, eu tinha apenas dez anos de idade.
Estava uma tranquilidade dentro do meu quarto, eu lia baixo, não dava para se ouvir minha voz no ar, logo, estranhei aquele silencio.
Era meio-dia, alguém batia na porta, era minha mãe chamando-me para almoçar, eu disse à ela:
- Já vou, mãe, deixa eu terminar de ler o capitulo aqui.
- Venha logo, senão a comida esfria.
- Esta bem, mãe.
Eu já sabia do sistema lá de casa, então, fui lavar as mãos no banheiro - que ficava no corredor, bem ao lado do meu quarto. Saia do banheiro, e fui direto para a cozinha, passando pelo corredor, e os degraus, chegando na cozinha, gritei:
- Podemos almoçar?! - eu estava curioso em saber.
- Podemos, meu filho.
Ás vezes, meus pais escondiam a tristeza, as brigas, magoações, tudo para não demostra-los estes diante de mim.
Quando meu pai estava com raiva, ele simplesmente saia de casa e ia para o bar, beber. Eu nunca via meu pai depois de uma briga, dele com mamãe. Eu acho que ele saia para eu não o veja com uma expressão de raiva, por esse motivo, uns momentos, eu admirava meu pai.
Meu pai estava feliz, nem parecia que ele gritou com minha mãe quando eu cheguei da escola, pelo visto, eles não tinham discutidos. Isso era muito bom pra mim, e pra eles.
- Como foi a aula hoje, filho? - meu pai perguntando aquilo. Era estranho.
- Foi ótimo, pai.
- Que bom, meu filho.
- Adivinha, amor, nosso filho com uma garota, de mãos dadas vindo no nosso rumo.
Meu pai não tinha entendido aquilo; só por sua expressão no rosto.
- Nosso? Tinha mais alguém com você?
- Tinha, a mãe da garota, ela se chama Renata, não é Daniel?
- É mãe. E da garota é Amanda.
- Filho, tome cuidado com isso, esta bem assim? - a primeira vez que meu pai se preocupou comigo.
Desde de onde? Ele sempre brigava comigo, não me respeitava, e apesar de tudo, fez esse comentário.
E logo, menti.
- Tá pai, eu prometo.
Eu já tinha tinha terminado com meu almoço, então, me levantei e fui deixar o prato na pia, para depois minha mãe e eu lavar. Voltei, dei um beijo na minha mãe, e também no meu pai, apesar do beijo parecer forçado.
Depois, eu subia para meu quarto...